O grupo, já estabelecido em uma aldeia ao lado do local invadido, agora tenta se apossar da terra vizinha.
Um grupo de indígenas invadiu nesta quarta-feira, 17, uma propriedade rural nos arredores da cidade de Guaíra, no noroeste do Paraná.
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Composto por homens e mulheres, além de jovens e crianças os integrantes do grupo invasor fazem parte de uma aldeia localizada ao lado da propriedade invadida. Segundo fontes não oficiais, esta aldeia seria ‘comandada’ por uma pessoa do sexo feminino, a qual conta com diversos problemas com a justiça, inclusive teria contra si mandado de prisão. No entanto, segundo o que nos foi relatado por moradores de Guaíra, ela não pode ser presa enquanto estiver dentro do perímetro da Aldeia, nem mesmo pela Polícia Federal.
Representantes da FUNAI, do Ministério dos Povos Indígenas e do Direitos Humanos, além de um advogado vindo de Brasília, a serviço dos invasores, estiveram no local e, por horas, mantiveram diálogo com os indígenas e o proprietário da terra. Entretanto, o teor dessa conversa não foi divulgado.
Um forte aparato policial, com equipes do Choque, Batalhão de Fronteira (BPFron) e RPA da Polícia Militar do Paraná (PMPR), além da Força Nacional e Guarda Municipal, estiveram no local visando manter a lei e a ordem.
Estivemos no local e registramos algumas imagens da movimentação tanto das forças de segurança como dos invasores. Algumas cenas chamam a atenção, tendo em vista que é possível verificar por meio das imagens, que em meio a uma certa tensão característica deste tipo de ação, algumas crianças caminham livremente pela área invadida, brincam como se não tivessem a noção do que ali ocorre. São pessoas aparentemente extremamente humildes e até inofensivas que passam a impressão, de que, até mesmo a maioria dos adultos, não são capazes de dimensionar o tamanho do problema causado por seus atos ao invadir propriedade alheia.
Diante do calor e sob o sol ardente, caminhando sobre a vegetação ou sentados embaixo de barracas de lonas ou em meio a uma mata ao lado do tereno, indígenas de várias idades permanecem reunidos, aparentemente aguardando novas orientações, as quais são possivelmente elaboradas e repassadas por pessoas ou grupo que talvez estejam a milhares de quilômetros de distância, usufruindo do conforto e da tranquilidade que uma vida abastarda financeiramente oferece, enquanto estes indígenas enfrentam sol, chuva, frio e calor, em situação de quase miséria, sem sequer ter saneamento básico, uma casa segura, fartura de alimentos, e com certeza, sem picanha ou cervejinha. Talvez esse seja, infelizmente, o preço por servir de “massa” de manobra.
Imagens: Mauro Pretoriano/GC