O suposto valor da vantagem solicitada não era fixo e oscilava em relação a cada paciente.
Um médico do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) que atuava em Pato Branco, no sudoeste do estado, foi afastado de suas funções públicas, suspeito de cobrar até R$ 800 para aprovar motoristas em exame de vista.
Segundo o delegado de Polícia Civil, Éder Alves de Oliveira, seis vítimas, sendo na maioria idosos, procuraram a delegacia para denunciar os casos que teriam ocorrido entre os meses de agosto de 2023 e fevereiro de 2024.
“O Valor da vantagem ilícita solicitada não teria um valor fixo e oscilava entre os pacientes, tendo as solicitações cobradas entre R& 800 e R$ 400. Em determinado caso, o valor reduzido a R$ 120, sendo que, na ocasião, foi exigido o pagamento do valor sob pena de rebaixar a carteira do motorista, afirmou o delegado.
A possível fraude era aplicada no exame de equidade visual, exame ocular necessário para a renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A avaliação é feita em consultório credenciado junto ao departamento.
O médico, que não teve o nome revelado, é investigado por corrupção passiva e concussão- usar dinheiro público indevido para receber valores indevidos. O mesmo foi afastado de forma cautelar das atividades que exercia no Detran até que as investigações sejam concluídas.
“Um cidadão que as vezes precisaria de rebaixamento de carteira, eventualmente pode surgir uma vítima que fez pagamento e esteja dirigindo sem habilitação. Ainda não consta no inquérito juízo assertivo quanto isso, mas continuamos as diligências”, informou Oliveira.
Conforme a polícia, até o momento não foi identificada a participação de outras pessoas na fraude, nem mesmo da clínica credenciada ao Detran onde médico atuava.
Para reunir provas do possível recebimento indevido de valores, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do médico e no local onde ele atendia os pacientes na manhã desta quarta-feira, 17.
Foram apreendidos celulares, computadores e documentos na operação que irão auxiliar nas investigações.
Foto: PCPR – Fonte -G1-PR