Quantos “Thomas Matthew Crooks” estão por aí, espalhados em meio a grandes e pequenas populações e, prontos para agir.
O violento atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, praticado por um jovem de 20 anos, no último sábado, 13, durante um comício realizado em Bluter, cidade com pouco mais de 13 mil habitantes, na Pensilvânia (USA), liga não só um, mas vários sinais de alerta no Brasil.
Em ano de eleições municipais, candidatos a cargos de prefeito e vereador tendem a aparecer de forma constante, principalmente aqueles que já exercem tais cargos e tentam a reeleição, ou que estejam, de certa forma, diretamente ligados à administração pública de algum município. Inauguração de obras, anúncio de novas conquistas, divulgação do trabalho realizado e, assim, demonstração da capacidade de dar seguimento ao projeto de cada grupo político.
Para muitos que reconhecem os esforços e o trabalho executado, esse é mais um momento para se comemorar e continuar apoiando. No entanto, como de costume, para outros, o sucesso e a alegria de alguns, nada mais é que motivo da indignação, inveja, revolta, narrativas, ataques verbais e escritos em redes sociais, e o ascender de uma chama de ódio que durante o período eleitoral irá nortear a mente de vários destes indivíduos que, apenas uma pequena barreira os impedem de cometer sandices contra aqueles, tidos como inimigos.
Se um dos homens mais poderosos e protegidos do mundo (Donald Trump) por um milagre não foi morto por questões políticas por um jovem destrambelhado. O que dizer de simples mortais espalhados Brasil afora, em ano eleitoral?
Não são poucos os casos em que, nesse período, por meio de redes sociais, podemos acompanhar certos discursos de ódio disseminados diariamente por pessoas despreparadas até mesmo para o convívio social, mas que se veem no direito de atacar, denegrir, ofender e pasmem! Se colocarem em posição de representatividade e relevância diante da sociedade em que estas vivem, e imaginam que agreguem algo positivo, mas que, na verdade, nada fazem além de insuflar e se apossar da mente de uma pequena parte da população, por meio de falácias, intrigas e inverdades, fazendo que esta parcela se torne massa de manobra e dê suporte a insanidades de seu mentor que, no final, nada mais terá feito que, manipular aqueles de mente e espírito fraco. Afinal, quem se deixa levar por meio de mentiras e do ódio não pode ser descrito de outra forma.
Em um país, onde anualmente ocorrem inúmeros casos de crimes envolvendo abuso infantil, filhos que matam país, pais que matam filhos, milhares de casos de violência física e psicológica contra mulheres, feminicídio, inclusive dentro de seus próprios lares, homofobia, racismo, xenofobia, assassinato de políticos, e vários outros -a situação requer um pouco mais de atenção nestas eleições – comprovadamente, a banalização da violência atingiu patamares alarmantes.
Em questão relacionada à política, preferir o lado “B” ao invés do “A”, é algo normal, sadio e democrático. Porém, quando esta preferência vem acompanhada de ódio, raiva, agressão verbal, física ou qualquer tipo de violência contra o outro lado. Aí já é caso de tratamento mental, ou polícia. Combater inverdades e injustiças é nossa obrigação, não concordar com quem pensa diferente de nós é um direito que temos. Mas respeitar o posicionamento deste é nossa obrigação.
O jovem Thomas Matthew Crooks, ao se deixar levar por sentimentos ruins que o levaram a tomar em suas mãos um Fuzil AR-15, subir naquele telhado e abrir fogo contra Donald Trump. Ele não só mostrou ao mundo o quão fraco ele foi, como também, a sua prepotência fez com que ele talvez tenha desperdiçado várias décadas de vida que teria pela frente, com ou sem Trump na presidência.
O atentado contra Trump deixa uma reflexão: “Alguns devem pensar bem antes de tentar causar o mal, e outros precisam se cuidar. O bom senso nos diz que: ‘Antes de jogarmos pedra para cima, precisamos ter a certeza de que o nosso telhado não é de vidro’, mas existem aqueles que não têm senso algum, muito menos o bom.”
Foto: Ilustração – Redes Sociais/Donald Trump