Morte de sargento mais uma vez estampa a hipocrisia dos Direitos Humanos, que se revela por meio do silêncio diante do tombamento de um policial no combate ao crime. Comando-geral da Brigada Militar promete reação “com força desproporcional”
Durante um confronto armado, ocorrido na semana passada, no aeroporto regional de Caxias do Sul (RS), assaltantes disfarçados de policiais federais, inclusive usando falsas viaturas da PF, assaltaram um carro forte que transportava R$30 milhões. Na ação, um dos criminosos e o 2º sargento da Brigada Militar Fabiano Oliveira morreram – o PM tinha 47 anos, ele foi atingido no tórax.
Oliveira ingressou na BM em dezembro de 1997 e atuava na Força Tática do 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Caxias do Sul.
“Na última quarta-feira, o Estado perdeu mais um dos seus heróis: o segundo-sargento Fabiano Oliveira, assassinado por covardes durante roubo a carro-forte em Caxias do Sul, em dramático momento em que vive a população gaúcha.
E, por mais uma vez, enquanto o luto mareja nossos olhares, aflora um sentimento de insatisfação com o silêncio absurdo dos ditos “defensores dos direitos humanos”, a ausência de mobilização, seja para lamentar o ocorrido, exigir responsabilização dos culpados, ou mesmo para exaltar a vida de um herói de nossa sociedade. O silêncio, empregado como sinal de respeito, agora reverbera como um solene “dar de ombros” para uma vida que se perdeu.
Até então, não recebi ofícios de ministérios, ONGs, comissões parlamentares solidarizando-se com a família de Fabiano, nem ouvi debates acalorados sobre a necessidade urgente de ações eficazes nas fronteiras de nosso país para evitar o acesso a armas de guerra. Nós, militares estaduais, os maiores garantidores de direitos humanos, ainda recebemos o silêncio dos ditos defensores, silêncio esse que soa extremamente discriminatório. Fabiano não é um número. Era um filho, um pai, um marido, um amigo. Homem vibrante e alegre, de sorriso fácil e ação enérgica, adorado pela comunidade e pelos integrantes da instituição.
Poderia estar na reserva, mas preferiu seguir servindo. E fazendo o que mais gostava, se foi. Asseguro que nossas ações frente a esta, e a qualquer outra injusta agressão, serão com força desproporcional. Sem jamais nos igualarmos à criminalidade, seremos sempre mais incisivos e fortes, pois assim se garante a paz, a liberdade, a dignidade da população gaúcha. E o único silêncio a ser admitido será o toque do clarim destinado aos mártires e a mais um eterno herói: o sargento Fabiano.”
Cláudio dos Santos Feoli – Comandante-geral da Brigada Militar
Foto: Reprodução Fonte: Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar e Bombeiros Militar