Desde assalariados a empresários, a reclamação é uma só; o dinheiro sumiu.
O final do ano se aproxima cada vez mais, com ele, uma preocupação paira sob cabeça de muita gente: os gastos extras que, nesta época do ano, são inevitáveis, afinal, para muitos, a hora é de levar o carro na oficina, fazer a manutenção, arrumar as malas, colocar a família dentro e pegar a estrada para visitar parentes, amigos, ou quem sabe, dar uma relaxada, naquela tão sonhada praia.
Na contramão daqueles que irão viajar, estão aqueles que irão receber visita em suas casas, mas que também, não estão livres da chamada, gastança de final ano. Independente de visitar ou receber visitas, uma coisa é certa, é preciso gastar dinheiro, muitas vezes, sem tê-lo em mãos, e com a conta no vermelho – ai, é que entra o crédito no mercado, no posto de combustível, na oficina, e por aí vai.
Mas o clima de final de ano, talvez seja o melhor de todos, pois é nesse período em que tudo aquilo que deixamos de conquistar, planos que não deram certo, situações mal resolvidas e uma série de frustrações acumuladas durante os onze meses anteriores, parecem não mais incomodar, ou pelo menos, não com a mesma intensidade de antes.
Isto talvez seja explicado pelo fato de, com a aproximação do Natal e do Réveillon, as pessoas, ou parte delas, ter nesta época, uma válvula de escape, a oportunidade de viajar, conhecer lugares, visitar ou receber amigos, parentes próximos, e assim, sair um pouco da rotina que, durante quase o ano inteiro, prendeu a maioria das pessoas: acordar cedo, ir para o trabalho, voltar para casa, cuidar dos filhos, ir dormir, levantar cedo novamente, voltar a trabalhar, receber o pagamento, pagar algumas contas, espremer o orçamento, e dois dias depois, lá está a carteira está vazia de novo. Existem ainda, um monte de coisas a serem feitas, como por, exemplo, o presente da criançada, aquela roupa especial que cai perfeitamente naquela pessoa que vai dar um trato no visual, em algum salão, ou espaço de beleza como queiram. Principalmente as mulheres, que merecem e devem ficar ainda mais lindas. Mas a grana, como diz a música da banda Blitz, “sumiu, escafedeu”.
Se engana quem pensa que isso, é coisa apenas de quem é assalariado. Em 2023, a coisa não está fácil para ninguém, ou quem sabe, está boa apenas para alguns. Pois tem muita gente reclamado, dizendo que, tendo capital, mas não tem dinheiro.
A reclamação é geral e atinge, além de trabalhados assalariados, também, comerciantes, empresários, autônomos, prestadores de serviços e, até mesmo produtores rurais.
Cada integrante dos variados setores relatam causas diferentes. Porém, a pergunta que cada um faz é a mesma; onde foi parar o dinheiro?.
Prestação de serviços: Diminuição na demanda de serviços, atraso de pagamento e até calote, comprometem a receita do setor. É o que reclama alguns prestadores.
Comércio: Queda nas vendas, baixa procura, e o custo da manutenção dos negócios, são os motivos mais citados por alguns comerciantes.
Produtor rural: Queda no preço do grão, aumento no valor dos insumos e, consequentemente, menos lucro para o produtor, além é claro, os contratempos climáticos que, de uns anos para cá, vem atrapalhando a vida do homem do campo. Sem contar, a política do atual governo que, notoriamente, não dá o apoio necessário ao setor. Estes são alguns exemplos da reclamação de alguns agricultores.
Trabalhadores assalariados: Dentre as classes citadas, esta é a que mais tem sofrido com a falta, ou sumiço do dinheiro. A maioria reclama que, mesmo recebendo o salário em dia. Ainda assim, está cada vez mais difícil de pagar as contas. O dinheiro perdeu o poder de compra, a valor do aluguel disparou, e o gasto com a energia elétrica duplicou, já que, devido ao calor excessivo, o ar condicionado e o ventilador estão sendo usados diuturnamente nas residências, aumentando drasticamente o valor da conta de luz.
Fato é que, ninguém vive, ou pelo menos não deveria, viver apenas de trabalhar e pagar contas. Afinal, desta vida, nada se leva. Portanto, saber dosar é preciso. Mas, quando a garrafa, a panela, ou os bolsos estão vazios, não tem medidor que dê jeito.
Então, o que resta a cada um é, tentar conciliar o seu poderio financeiro momentâneo, gastando naquilo que seja extremamente necessário no momento, e claro, não deixar de aproveitar o clima de Natal e do Réveillon, que tanta recordação e alegria nos traz, mesmo com os bolsos vazios.
Por: Mauro Pretoriano/GC