O caso veio à tona em 2019, mas o agente seguiu trabalhando até novembro de 2024.
Mais um caso que leva a população a acreditar na tal “passação de pano”. Denunciado por abuso infantil em 2019 e respondendo a um processo, um homem que desempenhava a função de apoio escolar continuou na rede municipal de Cascavel até 2024. O indivíduo foi condenado em março deste ano, a 30 anos de prisão, por conta do crime cometido contra um menino de três anos dentro do CMEI. A demora em exonerar o servidor e a falta de ações para afastá-lo da função gerou revolta entre pais de alunos, que cobram mudanças na legislação para evitar que casos dessa natureza voltem a ocorrer.
ENTENDA O CASO
Em 2019, após uma mãe perceber a mudança de comportamento do filho, suspeitando de abuso, ela levou o caso à Justiça, e um processo foi aberto contra o servidor. Mesmo diante das investigações em andamento, ele seguiu trabalhando normalmente na rede municipal. A Semed (Secretaria de Educação) alega que, por questões legais, não poderia afastá-lo sem provas concretas, pois, segundo a Semed, não havia condenação judicial.
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Somente em 2024, quase cinco anos após a denuncia inicial, o servidor foi exonerado do cargo. Conforme a Semed, isso ocorreu após a conclusão do processo administrativo, que teria seguido todos os trâmites exigidos pela legislação. Durante esse período, pais de alunos relataram preocupação com a permanência do servidor nas unidades de ensino.
A secretaria afirmou que ele não ficava sozinho com as crianças e que era sempre acompanhado por outra pessoa. Porém, essa versão foi contestada por mães, que apresentaram relatos e imagens indicando que o homem continuava em contato direto com os alunos, inclusive a hora do descanso.
A indignação aumentou inda mais quando, mesmo após ser condenado a 30 anos de prisão, o homem permaneceu em liberdade utilizando tornozeleira eletrônica. A sentença continua em fase recursal, o que permite que ele responda ao processo em liberdade.
Novas denúncias contra o servidor, surgiram ao longo dos anos, indicando que pode haver mais vítimas. Algumas delas chegaram a se reunir com a Secretaria de Educação e vereadores, cobrando providências. A matéria é do Portal Tarobá.
Foto/Fonte: Portal Tarobá