Estudo mostra que as mudanças climáticas e a inflação são os responsáveis. No entanto, o “olho gordo” de alguns comerciantes também contribui para o aumento.
O preço da carne bovina apresentou uma das mais altas taxas em outubro e o produto encareceu em todas as regiões do país. Conforme mostram alguns estudos, entre setembro e outubro, a proteína animal passou de um preço médio de R$ 33,38 para R$ 35,24, uma variação de 5,6%. O que o estudo não mostra é que a média ficou em 5,6%, porém, na maioria dos estabelecimentos, o aumento foi ainda maior e os preços subiram drasticamente, fazendo com que a maioria da população tenha que se reinventar na hora de ir às compras. Em alguns açougues e supermercados que jogaram os preços lá em cima e os cortes mais populares de carnes que eram vendidos a R$ 18,00 o kg, passaram a custar R$ 23,00, ou seja, cerca de 28% de aumento, justamente nos cortes mais procurados pela grande maioria da população brasileira, o assalariado.
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Mas o aumento não atinge somente os mais desprovidos, já que as carnes chamadas nobres também sofreram forte aumento no preço. No entanto, diferentemente da camada social chamada de “trabalhadora”, os impactos provocados por esse aumento não causam o mesmo estrago no bolso da camada mais abastarda.
Fato é que, embora os estudos sempre apontam para um número, esse não representa a dura e crua realidade da maioria das famílias brasileiras que, na hora de encostar no balcão do açougue, além de pagar mais caro, está levando menos produto para casa.
Culpar apenas as mudanças climáticas e a inflação não retrata de forma fidedigna essa realidade. É preciso olhar todo o contexto para identificar que, além dos altos impostos cobrados no Brasil, elevando ainda mais os gastos do pecuarista, os recordes de exportações também são responsáveis por esse aumento, além, é claro, a falta de uma política efetiva de controle de preços por parte do governo federal e órgãos competentes. Afinal, o que explica a diferença absurda de preço de um mesmo produto em duas cidades com distância de 30 ou 40 quilômetros uma da outra, ou mesmo, até na mesma cidade, em estabelecimentos diferentes.?
Fotos: Reproduções