‘Falava que Jesus queria levá-la’, diz a mãe.
Letícia Boaron, de 21 anos, estudante de medicina, morreu em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Há cerca de dois anos, ela lutava contra um glioblastoma, um tipo não raro de câncer, porém, considerado incomum em pessoas jovens.
A mãe de Letícia conta que o diagnóstico veio um mês após a filha começar a sentir constantes dores de cabeça.
“Não tinha quem não gostasse dela, a Letícia tinha o poder de cativar as pessoas. Tinha muita fé e falava que Jesus queria levá-la e que ela iria sentir saudades dos pais e dos três irmãos. Não tem como aliviar essa dor”, afirma a mãe da jovem.
Fábio Viegas, médico neurocirurgião, diz que o glioblastoma é agressivo e incurável. Além disso, a descoberta, normalmente, ocorre quando a doença já se encontra em avançado estágio e que, por conta dos sintomas, é difícil de ser identificado.
“Esse é o pior tipo de tumor no cérebro, é o mais letal e não tem cura. Infiltrativo, ele nasce, vai se espalhando e normalmente não causa sintomas agressivos, apenas quando atinge uma área mais específica, como o sistema monomotor ou a visão do paciente”, explica o especialista.
Conforme Viegas, a dor de cabeça é o primeiro e o mais comum sintoma desse tipo de câncer.
A dificuldade em diagnosticar a doença está no fato de que a “cefaleia” (dor de cabeça) pode significar vários problemas e, ao mesmo tempo, nenhum.
O profissional recomenda que, quando as dores de cabeça se tornam fortes e contínuas, um especialista deve ser procurado para que o diagnóstico seja feita por meio de tomografia ou ressonância.
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