Das 100 horas de serviço semanal, ela cumpria apenas 40.
Uma médica de Porto Alegre, da Central do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) colocava uma garrafa de água sobre o teclado do computador para fingir que trabalhava.
O ‘truque’ era simples: Com as teclas pressionadas, a máquina não desligava. Com isso, a tal médica tirava proveito, já que os gestores acreditavam que havia alguém trabalhando.
Das 100 horas semanais que era sua carga horária. Ela trabalhava em média, 40 horas.
“Ela deixou uma garrafa em cima do teclado, justamente para que ficasse emitindo um número ou uma letra dentro da tela”, afirmou o coordenador do Samu, Jimmy Herrera, durante entrevista ao portal G1. “Isso servia para que o sistema não caísse, eram como se alguém estivesse usando o sistema.”
Herrera explicou que “a tela é desconectada do sistema após 10 minutos sem uso, e isso fica registrado”. Desta forma, médicos que se ausentam por muito tempo necessitam dar explicações.
O coordenador do Samu acusa a direção de não ter tomado providências. Segundo ele, um médico chegou a apresentar 12 atestados falsos, por exemplo, com intuito de cumprir horário inferior do que o contratado.
Jimmy Herrera ainda disse que, assim que soube da falsificação, juntou provas e foi avisar seus superiores. Além disso, ele também registrou a denúncia com o diretor de Departamento de Regulação do Rio Grande do Sul. Um processo administrativo foi aberto, e a médica pediu exoneração.
A central em questão, atende chamadas, via 192, de 493 municípios do RS. Em 269 deles, os médicos também são responsáveis por despachar ambulâncias e indicar hospitais, para onde os pacientes são levados.
A Secretária Estadual de Saúde, Arita Bergmann, fez um vídeo no qual pede desculpas. Uma sindicância para apurar o caso foi aberta e, tem prazo de 30 dias para ser concluído.
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