“Nos acostumamos a reforçar a tramela depois que ladrão entrou, pegou o que quis, saiu e foi embora sorrindo”.
O terrível ataque, que resultou no cruel assassinato de quatro crianças, e que deixou outras quatro em estado grave, em uma creche particular, na manhã desta quarta-feira (5), em Blumenau, em Santa Catarina escancara mais uma vez, aquilo que a sociedade, em quase que toda a sua totalidade “não quer enxergar”. “A nossa sociedade está doente”. Mas a doença que nos referimos não é apenas física e mental, mas sim, moral e espiritual.
Xinga-se, agride, fere e mata-se outra pessoa, apenas por esta ter posição política diferente, por usar camiseta de clube rival, por ter opção sexual distinta, por não aceitar o final de um relacionamento, por ser de classe social oposta. Enfim, agride-se aqueles que apenas pensam diferente, e a sociedade segue em frente, sem se posicionar de forma firme, contra estas barbáries.
Não bastasse isso, as polícias, que tanto são cobradas por parte desta mesma sociedade, estão de mãos atadas. As leis, absurda e vergonhosamente privilegiam infratores como esse, que se fosse menor de idade, ai mesmo que o ridículo seria escancarado. Se algum dos policiais catarinenses, tivesse hoje, dado um beliscão no assassino, isso mesmo. Assassino que matou quatro crianças e feriu com gravidade outras quatro, na cidade de Blumenau. Não duvidem! Talvez um certo órgão que protege esse tipo de verme, que mata criancinhas, dando apoio e criticando ações das forças de segurança, aliado a algum advogado, com certeza iriam tentar ferrar com a carreira desse policial. E o pior, talvez conseguissem. Lembrando: Esse tipo de crime não é aceito dentro de presídios, e o criminoso, por um tempo, talvez vá ficar em separado (no seguro).
Nos acostumamos, de forma passiva e omissa, a aceitar e não agir, diante de situações, que enquanto estão acontecendo no “quintal do vizinho”, “não é um problema nosso”. Como exemplo, podemos citar a história daquele sujeito, que ao acordar, às 8h da manhã e ver o IML recolher um corpo caído e sem vida, na varanda da casa ao lado, estufa o peito, e como se fosse o descobridor dos sete mares diz: “eu ouvi um barulho por volta das 4h30 da madrugada, mas achei que era na rua”. Ele sequer, discretamente abriu a cortina para ver o que estava acontecendo durante a madrugada, ao lado de sua casa.
Assim estão se comportando, muitos daqueles que poderiam, ou podem pelo menos tentar amenizar os problemas relacionados a segurança, diminuindo as chances de que, crimes iguais a este e diversos outros, possam ser executados.
Vivemos em uma bolha, onde aprendemos a empurrar goela abaixo tudo aquilo que o mais simples dos mortais, sabe que é algo a ser debatido com aqueles que de direito e também dever, podem nos representar, de forma fidedigna nas demandas relacionadas ao nosso bem-estar, os políticos.
Não de maneira ofensiva, desrespeitosa ou politizada sob o aspecto ideológico. Mas sim, de um jeito inteligente, elaborado e debatido por membros da sociedade que vivem na pele a insegurança que assusta e ameaça cada um de nós. É preciso uma maior participação da sociedade na vida política, começando pelo âmbito municipal, e não apenas durante as eleições, como é feito agora. Debater o momento é preciso, somar ideias e apoio aos gestores que buscam pelo bem-estar social de uma comunidade é de suma importância.
A pergunta que fica é: Quando e onde irá acontecer o próximo ato de selvageria, se nada for efetivamento feito, para que se evite outra tragédia.
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