Juscelino Filho direcionou R$ 5 milhões para asfaltar estrada de terra, diz jornal.
O ministro das Comunicações do governo Lula, Juscelino Filho (União Brasil), direcionou R$ 5 milhões das emendas de relator para asfaltar uma estrada de terra que passa frente à fazenda da família, em Vitorino Freire, no Maranhão. A propriedade também abriga uma pista de pouso para seu avião particular e um helicóptero. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (30), pelo jornal Estado de S. Paulo.
A reportagem afirma que a pedido de Juscelino, os recursos foram para a cidade, que tem a irmã dele como prefeita, Luanna Rezende. A empresa contratada pelo município para tocar a obra – Construservice – pertence a Eduardo Imperador, preso pela Polícia Federal acusado de paga propina a servidores federais para obter obras na cidade. E o engenheiro Julimar Alves Filho, ca Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba, que assinou parecer autorizando o valor orçado para a pavimentação, foi indicado pelo grupo político do ministro.
A reportagem do jornal conseguiu identificar R$ 16 milhões despachados pelo então deputados para Vitorino Freire, onde sua família costuma revezar o poder com aliados desde os anos 1970. Sua família tem dezenas de fazendas, e ao menos oito foram beneficiadas pela estrada que ele mandou asfaltar com verba pública.
Vitorino Freire é uma cidade pobre, com 31 mil habitantes, na zona rural do Maranhão, com saneamento básico precário e onde 42% da população não tem calçamento na frente de casa. Metade dos moradores vive com meio salário mínimo. A prioridade do ministro porém, foi usar o dinheiro das emendas de relator para pavimentar a estrada que atende suas propriedades e de sua família.
EM CAMPANHA LULA CRITICOU EMENDAS DO RELATOR
Escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar uma das principais pastas do governo, com orçamento de R$ 3 bilhões, Juscelino era atá o ano passado deputado federal, eleito para o terceiro mandato.
Durante a campanha eleitoral, Lula criticou as emendas do relator. Por mais de uma vez, disse que era o maior esquema de “bandidagem” da República. Então governador do Maranhão, Flávio Dino, classificou a prática como “o momento de maior corrupção da história política”.
O Supremo Tribunal Federal (STF), condenou as emendas de relator, e mandou pôr fim à distribuição de recursos. Antes, no entanto, a Corte determinou aos deputados e aos senadores que se beneficiaram do esquemas que informassem quanto de verba haviam direcionado. Juscelino, agora ministro de Estado, omitiu as informação do STF.