O momento é de resiliência, sabedoria e de entender que quem dá as cartas, pode não estar do seu lado.
Diz o ditado: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Poucas vezes, esta expressão foi tão pertinente quanto agora. E os motivos para isso não são poucos. O Brasil viveu durante os últimos 4 anos, de forma “livre, leve e solto”, livre porque as pessoas podiam falar o que queriam, leve porque isso permitiam a elas o desabafo, e solto porque quase ninguém era preso, por expressar suas opiniões, mesmo que estas, por vezes, fossem descabidas, agressivas e inverídicas.
Aqueles que são de esquerda, aliados e instigados pela grande mídia, ou pelos menos pela maior parte dela, a qual, escrachadamente passou todo o tempo do governo Bolsonaro o atacando, o acusando e minando sua imagem perante a opinião pública. Puderam fazer o que bem queriam, usaram suas redes sociais para acusá-lo de genocida, miliciano, e de toda sorte de males que um presidente, em toda história do país. foi acusado.
Enquanto isso acontecia, do outro lado, e de forma unida, porém desorganizada, a direita, ainda aprendendo a caminhar, rebatia estas acusações nas redes sociais, nas lives de canais bolsonaristas e juntando milhares de patriotas nas comemorações de 7 de setembro, principalmente em Brasília e na Avenida Paulista, em São Paulo.
Mas por que, dizer que a direita “foi” desorganizada? Simples! Ela não se espelhou em quem deveria, não copiou o que devia ser copiado. Pelo contrário, ela fez tudo o que eles não fizeram, e não fariam; falo da esquerda brasileira.
Muitos, ao ler este post irão dizer “esse cara tá louco e “blá,blá,blá”, ok! Isso prova que ainda não entenderam absolutamente nada, no que se refere à política, principalmente em como enfrentar uma esquerda que há 42 anos veio se estruturando, se preparando e que minuciosamente estudou e projetou-se dentro do cenário nacional, fazendo uso de todos os setores existentes e relevantes do país.
Igrejas, escolas, universidades, torcidas organizadas de um clube de futebol muito popular no no país, mídia televisiva, jornais impressos e na internet. Estes são apenas alguns exemplos de como a esquerda atua, e sabidamente trouxe para o seu lado, setores que fazem a diferença na hora de uma eleição e, no decorrer de um governo.
Não basta eleger um candidato, é preciso criar mecanismos para que este ganhe cada vez mais, espaço nos meios das diversas correntes e setores, nos quais se concentram as grandes massas da população. Mesmo que isto implique em ceder, em fazer algo que não esteja em total acordo com a ideologia defendida pelo o eleito. Bolsonaro é um exemplo disso. Foi eleito presidente em 2018, durante seu governo não teve citado seu nome em casos de corrupção, conseguiu superar uma pandemia mundial, período de seca maior dos 100 últimos anos, sem que o país entrasse em um caos financeiro. Além disso, ele destinou bilhões aos estados e prefeituras Brasil afora, mas não consegui dar sequência ao seu projeto, ao perder a eleição para Lula. Ele teve contra si, todos aqueles setores acima citados. Sem estes, o desafio foi muito mais pesado e a luta foi desigual.
Bolsonaro, por motivos louváveis (não gastar milhões do dinheiro público com publicidade) optou em ter contra si, o veneno da grande mídia. A qual, trabalhou de todas formas, durante os 4 anos de seu governo, para que este não fosse reeleito.
Apesar de vivermos o ano de 2022, ainda na época das eleições. Nem todo mundo, e nem em todos os lugares as pessoas tinham acesso à informação, que não fosse dada pela rede do “Plim Plim”. Justamente a maior oponente do ex-capitão do Exército, Jair Bolsonaro. Ele assumiu o risco, sabia que mesmo tendo sido eleito em 2018, muito pelo uso de redes sociais. Em 2022, além de tudo já citado, desta vez, seu adversário foi aquele que seria o único capaz de desbancar o candidato do PL. Tanto que até mesmo a justiça o “descondenou” e o tornou apto a concorrer ao cargo.
Mas por que a direita deveria se espelhar na esquerda? Não deveria, deve. A esquerda, durante o governo Bolsonaro passou quase que desapercebida. Pouco se ouviu falar em invasões, manifestações violentas e todo tipo de algazarra. Eles sabiam, aquele não era o momento de agir. Afinal, o governo em questão não os apoiavam. Enquanto a direita tomava conta até mesmo de pontos tradicionais de manifestações da esquerda, a Av. Paulista é um exemplo. Eles estiveram pacientemente, esperando o momento de “atacar”. As urnas, elas foram o alvo. Quase não se via carros adesivados, ou pessoas com camisetas do PT. Porém, uma avalanche de votos foi contabilizada em favor do seu candidato (Lula).
E onde está a desorganização da direita? São vários sob meu humilde ponto de vista. No entanto, citarei apenas um deles, talvez, o mais essencial de todos:
Seria muito mais fácil, para movimentos de manifestantes de direita, que apoiavam Bolsonaro, cobrá-lo. Muito mais fácil do que cobrar um governo de esquerda. Portanto, no momento em que se cogitou a soltura de Luiz Inácio Lula da Silva (Lula), da prisão, da sede da PF, em Curitiba. Ali ficou estampada que a direita não estava organizada. Aquele era o momento de pressionar o governo, de fazer manifestações gigantescas e de cobrar uma postura firme do presidente. Porém, como quase tudo, ou senão tudo o que Bolsonaro dizia ou fazia, era apoiado. Perdeu-se a chance, e com isso, a eleição meses depois.
Para exacerbar ainda mais esta falta de organização, agora, com Lula eleito, tendo a seu favor até mesmo as “folhas das árvores” em Brasília. A direita, ou parte dela, tenta reverter uma situação que é irreversível, tendo em vista que os meios legais se esgotaram. Principalmente, após a invasão dos Três Poderes, o que gerou a revolta, a indignação, e o repúdio, não só de ministros, como também de políticos e parte da população, até mesmo daqueles de direita que não concordam com ações violentas e depredatórias.
A hora é sim de acalmar os ânimos, de seguir em frente, de ser resiliente, cauteloso e ser sensato. Ou então, as coisas podem acabar mal, muito mal.